Antes de você começar a ler, há uma observação muito importante: como o texto é um pouco extenso, afinal, é bastante difícil criar limites para a descrição de uma trajetória de vida, deixamos, em negrito, as palavras-chave, para quem gosta de ler de maneira dinâmica e "passar o olho" no texto. Dito isso, vamos lá!
THIAGO PAZ sempre esteve muito envolvido com assuntos relacionados à comunicação.
E não poderia ser diferente. Desde muito cedo, viu seu pai trilhando a carreira de gestor de recursos humanos e acompanhou a trajetória de sua mãe no exercício da profissão de psicóloga. O ser humano, suas emoções e seus relacionamentos sempre foram, naturalmente, temas de debates positivos realizados em família.
A partir dos ensinamentos de seus pais, compreendeu, ainda quando pequeno, que nunca deveria negar cumprimento àquele que lhe estendesse à mão. Aprendeu a se importar com as outras pessoas e ouvi-las com atenção. Deu início à construção da habilidade para explicar, com clareza, aquilo que queria transmitir aos outros. Deu os primeiros passos no aprendizado de como dialogar de maneira produtiva.
Na escola, em reuniões realizadas em grupos, sempre gostou de dialogar com os colegas sobre os assuntos tratados em sala de aula, o que permaneceu durante a graduação, e foi fundamental para o seu desenvolvimento nas habilidades relacionadas à comunicação.
Nas apresentações realizadas no colégio e na universidade, apesar do “frio na barriga” que sentia, sempre gostou de ter o seu momento para falar. Sentia-se importante perante a classe e se preparava com bastante cuidado para poder transmitir o máximo de conteúdo aos colegas que o ouviam. Certamente, foram nessas apresentações que deu os primeiros passos para aprender a falar em público.
Ainda na escola, um episódio bastante engraçado – considerando um marco em sua vida – mudou completamente a sua mentalidade, quando passou a se expressar mais tranquilamente, sem timidez, independente de onde e com quem estivesse (esse episódio, porém, deixaremos para explicar em outro momento, por ser bastante específico e explicá-lo, naturalmente, tomaria alguns parágrafos dessa breve exposição).
Essa nova mentalidade o ajudou, inclusive, para o exercício de seu primeiro emprego, em um supermercado. Nesse novo ambiente profissional, percebeu, aos 14 anos, a importância de tratar os clientes de forma amigável, com sorriso no rosto e preocupado com as necessidades de cada um. Foi ali, também, que aperfeiçoou a oratória nos momentos em que fazia a locução de ofertas no estabelecimento. Falar ao microfone e ser ouvido e reconhecido pelos clientes o deixava muito satisfeito.
Mais adiante, em uma emissora de televisão, passou a ver, com outros olhos, o conceito de trabalho em equipe. No novo ambiente profissional, enquanto membro de um grande grupo de pessoas, constatou que a qualidade só existe quando presente a sintonia de todas as funções.
Na emissora, bastava que um operador fizesse algo de errado, e logo se perdia o bom desempenho de toda uma equipe. Um corte de câmera equivocado, uma arte inserida em momento inadequado, o volume do áudio não erguido, um pequeno movimento inapropriado do cinegrafista. Por menor que fosse, o erro de um comprometia a qualidade de todos.
A partir de então, com a percepção de que um grupo de trabalho precisa executar suas funções como se uma orquestra fosse, compreendeu que a comunicação deve ser clara dentro de um bom time, para que todos exerçam suas atividades com perfeição.
Mais tarde, em 2011, aos 21 anos, como consultor em um escritório de advocacia empresarial, aprendeu, na prática, a exercer a empatia durante as negociações, colocando-se verdadeiramente no lugar dos potenciais clientes, identificando as suas reais necessidades para oferecer trabalhos adequados a cada um.
Aprimorada a habilidade em vendas, passou a exercer trabalhos como representante comercial, o que lhe deu uma nova visão sobre o processo de persuasão. Cessou as atividades no ramo após algum tempo, quando chamado a exercer um cargo no serviço público, no ano de 2013.
Ao assumir as responsabilidades funcionais perante ao Poder Judiciário, realizou diversos trabalhos: em cartório, na expedição de documentos e prestando informações aos cidadãos. Na sala de audiências, redigindo termos e auxiliando na parte técnica das atividades. Na assessoria, desenvolvendo a redação de minutas para o magistrado. Nas sessões de mediação e conciliação, atuando como facilitador do diálogo entre as partes.
De todas as tarefas, a que definitivamente mudou o seu pensamento e trouxe motivação para falar sobre o tema “comunicação construtiva”, foi a mediação.
Nas diversas sessões realizadas, foi possível enxergar o reiterado problema de relacionamento entre as pessoas.
Conflitos em família, brigas envolvendo sócios de uma mesma empresa, discussões entre vizinhos e uma infinidade de outros casos demonstraram que, antes mesmo do surgimento do conflito, havia a possibilidade de evitá-lo ou minimizá-lo caso houvesse o exercício de uma comunicação diferente.
Com essa visão, após ter feito diversos cursos relacionados à temática – mediação, justiça restaurativa, comunicação não-violenta, coaching, relações humanas, comunicação eficaz, análise comportamental, linguagem corporal, além das graduações em direito e administração, que também muito contribuíram –, ter lido muitos livros sobre o assunto e vivenciado diversas experiências pessoais dentro da área, percebeu a necessidade de sistematizar, de forma clara, o aprendizado até então adquirido.
Passou, então, a buscar a matriz de cada uma das abordagens de estudo referentes à comunicação, para poder encontrar os pontos em comum e identificar o que poderia servir ao desenvolvimento do conceito e da estruturação da “comunicação construtiva”.
Sistematizado o conteúdo, não poderia deixá-lo guardado apenas para si, vez que grande parte das pessoas precisam passar por esse processo de aprendizagem e transformação, o que fez surgir o programa "Reeducacom (Reeducação da Comunicação)" - link ao final do texto.
Hoje, casado e pai de uma linda menina, entende que, se tivesse de escolher uma dentre todas as habilidades a ensinar à sua filha, iria transmitir conhecimentos de comunicação e relacionamento, o que, a seu ver, representa uma necessidade para o bem-estar dentro do mundo, bem como uma garantia de permanência no exercício de qualquer profissão, no agitado mercado de trabalho, que se transforma cada vez mais rápido.